
“Nós
conseguimos a cura do hemangiossarcoma cutâneo em sete cães que tiveram esse
tratamento”, relatou a veterinária Martha Rocha, que desenvolve a técnica como
trabalho de doutorado na Universidade de Brasília (UnB). A pesquisadora explica
que a terapia consiste na aplicação de uma emulsão no tumor. A fórmula é
ativada com o uso de um fotossensibilizador – no caso, uma luz vermelha que
poduz radicais livres que matam as células cancerígenas.
De
acordo com o coordenador do Inct em Nanobiotecnologia e orientador do projeto,
Ricardo Bentes, o tratamento já está sendo testado em câncer de pele humano.
“Estamos ajustando o fluido que será usado em pessoas. [É] uma questão de
acertar detalhes como a estabilidade do produto e em que quantidade penetra
para darmos como concluído”, disse ele.
Em
humanos, o hemangiossarcoma é mais comum em órgãos internos, onde é difícil
chegar com a luz. Porém, a técnica está sendo adaptada para a cura do carcinoma
basocelular, comum em pele humana, e que atualmente pode ser curado
principalmente com cirurgia, quimioterapia local e radioterapia. O próximo
passo, segundo o pesquisador, será investir na adaptação deste tratamento para
outros cânceres humanos – nos quais a luz possa alcançar – e patologias
causadas por fungos e bactérias.
O
especialista explica que além de matar as células do tumor, esee tratamento
estimula a imunidade do organismo. “O que se busca em tratamento para câncer é
a imunoterapia; é fazer com que o organismo reaja contra o câncer. Mas o que
acontece quando você faz quimioterapia e radioterapia é o contrário: a
imunidade cai. Nesse caso, se ficar alguma célula residual, o organismo está
imunodeprimido, e o tumor pode voltar com tudo e vir até mais agressivo. O que
a gente percebe com a terapia fotodinâmica é que ela faz uma imunoestimulação”,
acrescentou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário